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Sabe qual é o motivo pelo qual você comete um erro, se arrepende mas logo depois acaba repetindo o mesmo erro? Bom, existe o exemplo de um amigo que fez isso três vezes seguidas com a própria família, mesmo se sentindo péssimo depois de cada episódio e jurando que nunca mais voltaria a errar. Isso escancara como só o arrependimento não basta – é preciso notar que algo mais profundo está influenciando suas atitudes. Uma metáfora interessante para entender isso é a do caramujo infectado pelo verme Leucochloridium paradoxum, que assume o controle do pobre bichinho e o faz subir ao topo de uma folha para ser devorado por pássaros. Se o caramujo pudesse falar, provavelmente não saberia explicar por que está subindo. Do mesmo modo, nós muitas vezes não percebemos as razões internas que nos levam a repetir certas falhas.
Nosso cérebro pode nos enganar se não formos atrás dos gatilhos emocionais e das crenças automáticas que alimentam esses comportamentos. É por isso que, em vez de só se arrepender, vale a pena conhecer ferramentas práticas da terapia cognitivo-comportamental (TCC). O Diário de Pensamentos é um método em que registramos o que desencadeou a situação, quais foram os pensamentos e as emoções sentidas, e como agimos em seguida. Já o Planejamento de Alternativas de Resposta nos convida a prever de antemão situações semelhantes e ensaiar atitudes mais construtivas, para não cair de novo na mesma armadilha.
Quando fazemos isso, o arrependimento deixa de ser uma promessa vazia e se transforma em um processo real de transformação. Passamos a entender o que nos impulsiona a subir “a folha” sem perceber e encontramos maneiras de, conscientemente, escolher outro caminho. É assim que deixamos de só dizer “nunca mais” e passamos a ter mais clareza para romper de verdade o ciclo repetitivo, criando estratégias para lidar com o erro de forma mais responsável e eficaz.